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21.11.16 às 14:44

Black Friday: comprar algo que não precisamos é muito caro

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Dia 25 de novembro é o dia em que a Black Friday é realizada no Brasil e em diversos países do mundo, com o objetivo de aquecer o comércio no fim do ano com a promessa de grandes descontos. Para o Instituto Akatu, ONG que atua há 15 anos pelo Consumo Consciente, a data é uma oportunidade para promover a reflexão sobre a nossa relação com o consumo.

Segundo o Instituto Akatu, na Black Friday o consumidor pode se questionar sobre a real necessidade do produto e o real desconto no valor do produto. “Comprar o que não precisamos, mesmo que pela metade do preço, sai muito caro para o consumidor e para o planeta”, explica Helio Mattar, diretor presidente do Instituto Akatu. “O consumo não se resume apenas ao ato de comprar. Quando compramos algo, significa que estamos dando nosso voto de confiança para as empresas de quem compramos. E parte dessa confiança é acreditar que o desconto de fato existe. Pois, se o preço foi majorado antes do desconto ser aplicado, pode ser que nem desconto exista. Mas, o essencial mesmo é ter certeza de que o que estamos comprando é realmente necessário. Como a pressão da Black Friday é muito grande, é preciso pensar várias vezes antes de comprar… É muito importante refletirmos antes de comprar”, explica Mattar.

Assim, independentemente dos descontos anunciados, é importante o consumidor realizar a etapa do planejamento da compra, comparando preços e checando se o desconto no valor dos produtos é real e se o produto é realmente necessário. Em época de crise, com dinheiro curto no bolso, nada melhor do que economizar. Mas o essencial é não se deixar levar pelos anúncios de desconto e pelo impulso de compra sem necessidade.

Nesse sentido, o Instituto Akatu sugere que os consumidores conheçam as Seis Perguntas do Consumo Consciente, que podem ajudá-los a tomar boas decisões na hora da compra:

1)      Por que comprar?

2)      O que comprar?

3)      Como comprar?

4)      De quem comprar?

5)      Como usar?

6)      Como descartar?

Campanha #ClimaMuitoLoko

Para promover o consumo consciente na Black Friday e nas festas de fim de ano, o Instituto Akatu lançou a nova fase da Campanha #ClimaMuitoLoko, dedicada ao uso consciente do dinheiro e crédito e sua relação com as Mudanças Climáticas. Ao longo do ano, as várias etapas da campanha vêm promovendo a reflexão de que o excesso de consumo afeta nossas vidas, o meio ambiente e está diretamente relacionado às mudanças no clima.

“O aumento do consumismo é estimulado por datas como a Black Friday, o Natal e datas comemorativas como o Dia das Mães. Podemos e devemos comemorar. Mas sem excessos e desperdícios, estimulados pela publicidade que relaciona o afeto e a emoção a coisas materiais. Exposto a uma infinidade de ofertas, o consumidor pode perder a noção daquilo que é realmente necessário. E como na produção e transporte de tudo o que consumimos são emitidos gases de efeito estufa (GEE), o excesso de consumo leva, entre outros impactos negativos, ao aquecimento global e às Mudanças Climáticas que estamos vivendo”, explica Helio Mattar.

O excesso de consumo, sem planejamento e reflexão, também pode prejudicar o bolso do consumidor: dívidas em cartões de crédito e empréstimos podem se tornar uma bola de neve para o ano seguinte, prejudicando o bem-estar de cada indivíduo e de suas famílias. Para evitar isso, é importante que a aquisição de cada produto ou serviço aconteça levando-se em consideração sua real necessidade e a condição de cumprir o prazo de pagamento confortavelmente.

Seis Perguntas do Consumo Consciente

1. Por que comprar?
Pergunte-se, antes da compra, se você realmente precisa do produto ou se está sendo estimulado por propagandas ou impulso do momento, que podem levá-lo a comprar mais do que necessita ou pode comprar. É importante lembrar os limites dos recursos naturais do planeta e o que realmente é importante na vida de cada um. Isso muitas vezes vai significar “ter” algo não material no lugar do material, como dedicar mais tempo a atividades com a família e os amigos.

2. O que comprar?
É neste momento que definimos qual produto queremos comprar, ao analisar o que as opções disponíveis oferecem e escolhendo as características que realmente atendem às nossas necessidades. Atributos demais que nunca serão usados são puro desperdício. Busca-se definir também a qualidade e durabilidade do produto, suas características de segurança no uso, eficiência energética e outros critérios que permitam selecionar sua escolha.

3. Como comprar?
Devo comprar à vista ou a prazo? Conseguirei manter as prestações pagas em dia? Vou comprar perto ou longe de casa? Como vou buscar e levar minhas compras? De carro, ônibus, bicicleta, a pé? Fazer compras de bicicletas no final de semana com a família pode ser divertido e uma ótima experiência para todos. E prefira sempre sacolas duráveis, ou mesmo caixas de papelão, a opções descartáveis.

4. De quem comprar?
Ao escolher a empresa fabricante do produto a ser comprado, é importante considerar as características de produção, o cuidado no uso dos recursos naturais, o tratamento e a valorização dos funcionários, o cuidado com a comunidade e a contribuição para a economia local. Assim, o consumidor pode reconhecer e valorizar com suas escolhas as empresas que melhor cuidam da sociedade e do planeta, além de atender às características definidas na etapa “o que comprar?”.

5. Como usar?
É essencial encontrarmos formas de usar de maneira consciente os produtos e serviços adquiridos de modo a evitar a troca sucessiva de itens sempre que algo novo surge no mercado ou entra na moda. Alguns exemplos: ser cuidadoso no uso, usar os produtos até o final da sua vida útil, consertá-los se quebrarem antes de pensar em comprar um novo, desligar aparelhos eletrônicos quando não estão em uso e consumir somente o necessário de recursos como a água nas diversas atividades domésticas.

6. Como descartar?
É o momento de se perguntar se o que se quer descartar não tem mais nenhuma utilidade, seja para você ou para outras pessoas. Caixas e embalagens podem se transformar em brinquedos para as crianças, e roupas antigas com nova costura, móveis reformados e eletrodomésticos consertados podem ser doados ou trocados. Quando realmente não houver novos usos para o produto, deve-se descartar os resíduos de maneira correta, buscando enviar o que for possível para a reciclagem. E sempre lembrar que não existe “jogar fora”: o “fora” é o nosso planeta, onde todos vivemos.

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