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17.08.16 às 16:56

Para ser feliz, invista em experiências, e não coisas

Esta foi a conclusão a que chegou o pesquisador norte-americano Thomas Gilovich após série de estudos psicológicos
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 Festival Baixo Centro, no Minhocão.Crédito: Creative commons/Bruno Fernandes

 

Comentário Akatu: consumir é preciso: não há vida sem consumo. Mas é necessário consumir de uma forma diferente, de uma maneira mais consciente buscando melhores impactos, incluindo aqueles sobre nós mesmos. Um desses caminhos é o das experiências que valorizem as emoções, o que, de acordo com a pesquisa relatada na matéria abaixo, trará uma satisfação mais durável do que o consumo de bens, dos quais deriva uma satisfação apenas momentânea. A pesquisa mostra que as experiências “rendem lembranças e laços que duram por toda a vida”. Se isso parece óbvio, é porque provavelmente você, leitor, já andou um bom caminho na direção de um estilo de vida mais sustentável e de um consumo mais consciente.

 

A receita para a felicidade é simples: invista mais em experiências e não em coisas. Esta foi a conclusão a que chegou o pesquisador norte-americano Dr. Thomas Gilovich, professor de psicologia na Universidade de Cornell.

Em artigo publicado recentemente na revista científica Experimental Social Psychology, ele explica a lógica por trás desta informação. Segundo o especialista, os bens materiais dão uma sensação momentânea de felicidade, enquanto as experiências, como viagens, shows e passeios, acabam se tornando parte da pessoa e rendem lembranças e laços que duram por toda a vida.

Para Gilovich, a explicação para isto é a adaptação, considerada um dos inimigos da felicidade. “Nós compramos coisas para nos sentirmos felizes e isso acontece, mas só por um tempo. Novas coisas são excitantes para nós no início, mas depois nós nos adaptamos a elas”, esclareceu o professor em entrevista ao site Fast Co. Exist.

O artigo foi produzido a partir da síntese de estudos psicológicos realizados por ele e outros pesquisadores. Em um dos estudos, os participantes tinham que relacionar sua própria felicidade com experiências ou compras materiais. Inicialmente, os dois tipos foram considerados igualmente importantes. Mas, ao longo do tempo, a satisfação das pessoas com as coisas compradas diminuiu, enquanto as experiências em que eles investiram dinheiro foram ganhando mais importância.

“Você pode realmente gostar de seu bem material. Você pode até pensar que ele faz parte da sua identidade ou estar ligado a essas coisas. Mas, mesmo assim, eles permanecem separados de você. Por outro lado, suas experiências são realmente parte de você. Nós somos a soma total daquilo que vivemos”, comentou o especialista.

Os participantes que fizeram parte das pesquisas demonstraram que mesmo as experiências negativas contribuem para proporcionar felicidade. Talvez isso não seja perceptível no momento em que elas acontecem, mas no futuro elas podem render boas histórias ou contribuírem para a formação do caráter.

Outra razão para a felicidade é o fato de as experiências compartilhadas ajudarem a conectar as pessoas. Mesmo depois dos momentos juntos, as recordações e a intimidade continuam a existir por muito tempo.

Diante dessas informações, Gilovich garante que quem quer aumentar a sua felicidade deve aplicar o dinheiro em atividades e não em coisas. A mesma sugestão é direcionada aos governos. “Como sociedade, não deveríamos tornar as experiências mais acessíveis às pessoas?”, indaga o doutor. Para ele, a população seria muito mais feliz se tivesse mais direitos e oportunidades de aproveitar momentos que não são palpáveis e perecíveis.

 

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