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29.06.11 às 15:43

Uso eficiente de recursos combate pobreza na América Latina, diz Pnuma

Cidadão deve contribuir no processo praticando o consumo consciente e exigindo dos governos políticas públicas sustentáveis
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O uso mais eficiente dos recursos naturais por parte dos governos e do setor privado na América Latina (AL) levaria a região a alcançar uma produção sustentável, especializada, competitiva e com maior e melhor inserção dos países locais no mercado internacional. Isso reduziria a pobreza e as desigualdades sociais e econômicas na região.

Esta é a conclusão do relatório “O uso eficiente de recursos na América Latina: perspectivas e implicações econômicas”, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), apresentado na sexta-feira (17/6), na cidade de Assunção, no Paraguai, durante a Reunião de Ministros de Meio Ambiente do Mercosul.

Segundo o relatório, elaborado com a colaboração da Rede de Pesquisas Econômicas do Mercosul, “o grande desafio dos países da AL é medir adequadamente e minimizar os impactos ambientais das atividades agropecuárias, em particular as mudanças na utilização do solo e da água, no desmatamento e nas emissões difusas de agroquímicos”.

As questões são examinadas a partir de vários estudos de caso sobre as políticas públicas e iniciativas do setor privado relevantes na Argentina, Brasil, Chile, México, Paraguai e Uruguai.

“Para o sucesso dessas ações, o consumidor consciente é fundamental. Ele é protagonista nesse processo”, defende Helio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu. Ele já contribui ao gerir sustentavelmente seus recursos domésticos: a renda mensal, as compras, os consumo de água e de energia, a destinação correta dos resíduos. Afinal os impactos acumulados ao longo da vida já fazem enorme diferença. Mais: temos de considerar ainda a soma dos impactos da cada habitante desses países”, diz ele.

“Saindo do ambiente doméstico, o consumidor consciente também vai contribuir para a sustentabilidade ao escolher empresas e fornecedores que sejam éticos e responsáveis nas questões sociais e ambientais”, explica Mattar. “E, no âmbito da política pública, ele pode pressionar e escolher governantes comprometidos com elaboração e implementação de programas capazes de viabilizar a produção e o consumo conscientes e induzir a um novo estilo de vida sustentável das nossas sociedades”, completa.

Clique aqui para saber mais sobre o que é consumo consciente e conheça também os 12 princípios do consumo consciente.

Para se ter ideia da importância do consumo consciente, atualmente, a humanidade já consome 50% mais recursos do que a Terra consegue repor. E apenas 16% da população mundial consome 78% do total do consumo no planeta. O consumo é concentrado e excessivo. Se esse padrão de consumo das nações desenvolvidas fosse adotado pelo resto do mundo, precisaríamos de cinco a seis planetas para suprir essa voracidade.

Segundo o informe do Pnuma, “nos últimos anos, a América Latina voltou a se especializar em bens industriais com alto potencial de contaminação”. No caso do Brasil, o informe alerta para o fato de, mesmo o país tendo uma estrutura exportadora mais diversificada, “somente dez produtos são responsáveis por 60% da toxicidade total, e representam mais de 15% das exportações totais”.

Segundo o relatório as metas que devem ser perseguidas para alcançar maior eficiência no uso dos recursos na AL são: cooperação público-privada em escala local, estatal e nacional; ordenamento territorial e implementação efetiva de regulamentação do uso do solo; promoção de estratégias de cooperação regional nas áreas de mudança climática, impacto ambiental do setor primário e regulamentação no setor de recursos hídricos e; disponibilização e acesso à informação. Geração e sistematização de informação confiável sobre o uso dos recursos e sua implicação econômica e ambiental.

Essas metas vão permitir, segundo o informe, eficiência, sustentabilidade e governança inclusiva. “Este cenário leva a um ciclo virtuoso que apresenta maior eficiência no uso dos recursos e qualidade de gestão pública, permitindo progresso na promoção de uma utilização mais eficiente dos recursos naturais, financeiros, sociais, públicos e privados; promoção de um modelo de desenvolvimento mais inclusivo focado na redução das desigualdades; e contribuição para a transição para uma economia verde”.

Clique aqui para ler o documento na íntegra.

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