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10.07.10 às 0:00

Um terço das crianças de 5 a 9 anos está acima do peso

Segundo o IBGE, quanto maior a renda familiar per capita maior o percentual de crianças com excesso de peso ou obesas
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Uma em cada três crianças na faixa de 5 a 9 anos está acima do peso no Brasil. No geral, 33,5% das crianças nessa idade têm excesso de peso. Os dados são da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2008-2009) – Antropometria e Estado Nutricional de Crianças, Adolescentes e Adultos no Brasil – realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 20 anos, segundo a pesquisa, o percentual de meninos acima do peso mais do que dobrou: passou de 15% para 34,8%. Entre as meninas, a taxa quase triplicou no período e passou de 11,9% para 32%.

De modo geral, segundo o IBGE, quanto maior a renda familiar per capita maior o percentual de crianças com excesso de peso ou obesas. Nas famílias com renda familiar per capita superior a cinco salários mínimos, 39,3% das meninas estão acima do peso recomendado. Entre os meninos, essa proporção chega a 51,1%.

O IBGE destaca que os resultados mostram as mudanças na alimentação das crianças e a menor incidência de atividades físicas. Especialistas afirmam que uma criança acima do peso ou obesa tem mais chances de se tornar um adulto com sobrepeso ou obeso.

“Isso acontece porque as células fazem um registro permanente das gorduras presentes no corpo e tendem a se tornar dependentes delas, resultado em uma alteração orgânica considerável”, explica a doutora em nutrição, Paula Ibarra, coordenadora do projeto de reeducação alimentar da organização não governamental Nova Acrópoli. “O ideal é que os pais interfiram nesse processo, procurando ajuda especializada”, alerta.

Homens superam mulheres na proporção de gordos
Na população adulta, também há mais homens gordos que mulheres gordas. Mas a diferença é muito pequena: apenas dois pontos percentuais.
Entre eles, 50,1% estão acima do peso; entre elas, 48%.

O quadro se agravou nos últimos anos, segundo o IBGE, em 2002-2003, a proporção era de 41,4% de sobrepeso entre os homens e 40,9% entre as mulheres.
O aumento de peso também se tornou um problema bem democrático: pode ser percebido em todas as faixas etárias, independente do sexo, da região ou da faixa de renda.

Obesidade
A POF 2008-2009 alerta ainda para um problema ainda mais grave: o avanço da obesidade nas últimas décadas. Desde 1974, o percentual de homens obesos mais do que quadruplicou (passou de 2,8% para 12,4%). No mesmo período, a taxa registrada entre as mulheres dobrou de 8% para 16,9%.

Déficit de peso
Segundo a pesquisa, o percentual de adultos com déficit de peso recuou para 2,7% da população. Pessoas com déficit de peso têm Índice de Massa Corporal (IMC) inferior a 18,5 kg/metro quadrado. Ele é calculado com a divisão do peso em número de quilos pelo quadrado da altura. Se uma pessoa pesa 60 kg e tem 1,68m ela deve dividir 60kg por 2,8224. Neste exemplo, o índice será de 21,2 kg/metro quadrado.

Pessoas obesas têm IMC igual ou superior a 30 kg/metro quadrado. O excesso de peso ou sobrepeso ocorre quando o IMC fica entre 25 e 30 kg/metro quadrado.
Segundo o IBGE, uma população passa a ser caracterizada como desnutrida quando 5% de seus integrantes estão abaixo desse índice. No Brasil, alguns recortes da população feminina estão acima desse patamar, como as mulheres na faixa de 20 a 24 anos (8,3% de déficit de peso), as mulheres em domicílios rurais do Nordeste (5,5%) e as de menor faixa de renda (5,7%).

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