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06.09.16 às 10:23

Saiba qual é o segredo da Suécia para reaproveitar 99% do lixo

Das 4,4 milhões de toneladas de lixo doméstico produzidas no país, 2,2 milhões são transformadas em energia
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Comentário Akatu: Mencionada na reportagem abaixo, a Suécia é um ótimo exemplo de país que conseguiu, ao longo dos últimos trinta anos, resolver o problema do descarte de resíduos. A solução encontrada para o problema do lixo começou com a criação de novas legislações, mas só deu certo graças à participação da população e das empresas, responsáveis por separar os resíduos e dar a destinação correta a eles. Um dos destaques é o uso de usinas de bioenergia para realizar a transformação de metade dos resíduos em energia. Na busca por um mundo de bem-estar para todos, esta é uma das soluções a serem usadas, de modo a reduzir ao máximo os resíduos encaminhados para aterro, um investimento monumental feito para armazenar lixo. Pensando em soluções para os resíduos em geral, que possam ser levadas a  escala e velocidade, é necessária a colaboração do consumidor consciente, inicialmente buscando reduzir o volume de resíduos, passando pela reutilização do que for possível, e chegando então à separação e direcionamento dos resíduos restantes para a coleta seletiva. Desta forma, o consumidor pode colaborar de modo significativo com a diminuição do impacto de seus próprios resíduos. Do ponto de vista dos governos, para que esse objetivo possa ser atingido, é importante a realização de campanhas junto aos consumidores para que sejam protagonistas na cadeia de resíduos. Além disso, é fundamental a ação do governo e cooperativas de coleta seletiva para a implantação de processos mais eficientes de coleta e destinação, com os cidadãos podendo pressionar os governos nessa direção, além de valorizar as cooperativas que façam esse trabalho.

Enquanto no Brasil mais da metade dos municípios não têm sequer aterros sanitários, na Suécia praticamente todo o lixo produzido tem uma destinação correta. E o mais importante: valor comercial. Atualmente, 99% dos resíduos produzidos pelos suecos são reaproveitados e o 1% que sobra vai para aterros sanitários.

Mesmo que hoje a Suécia seja uma referência internacional em manejo dos resíduos, nem sempre foi assim. Até a década de 70, o país era como mais da metade do mundo, com o lixo simplesmente enviado aos aterros, permanecendo durante centenas de anos liberando toxinas no solo e gases poluentes no ar. Em 1975, apenas 38% dos resíduos suecos eram reciclados.

A mudança começou nesta época, quando o país ganhou legislações mais duras e novos projetos industriais. Hoje, o grande segredo para tanta eficiência são as usinas de bioenergia, conhecidas como Waste-To-Energy (WTE), mas o processo só é eficiente graças à participação e cuidado da própria população e dos empresários, responsáveis por separar os resíduos e dar a eles a destinação correta.

De acordo com o site Global Citizen, dos 4,4 milhões de toneladas de lixo doméstico produzidas na Suécia, 2,2 milhões são transformados em energia. As usinas recebem o lixo e queimam esses resíduos para gerar vapor, que é usado para girar turbinas e produzir energia elétrica. O processo gera calor, eletricidade, biogás e biofertilizante.

Assim como determina a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que ainda não é totalmente colocada em prática no Brasil, as empresas suecas são responsáveis pela logística reversa dos resíduos gerados por seus produtos. São os empresários também que arcam com os custos da manipulação desse lixo, bem como a reciclagem ou eliminação dos materiais.

O governo sueco tem planos de melhorar ainda mais o sistema, para que, em 2020 o país não envie mais nada aos aterros sanitários. A eficiência atual já é tão grande que as usinas chegam a importar 800 mil toneladas de resíduos dos países vizinhos para garantir a produção de energia.

O processo usado nas WTE não é totalmente limpo, pois acaba gerando gases poluentes, mesmo que em quantidades menores do que em lixões. Mas, novas tecnologias estão em desenvolvimento constante para torná-lo ainda mais sustentável.

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