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28.11.07 às 0:00

Sadia constrói estação de tratamento de efluentes

Sadia, Associada Categoria Benemérita do Instituto Akatu, inaugurou em outubro uma nova Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) em sua fábrica de Brasília, no Distrito Federal. O objetivo é garantir que os resíduos da produção dos alimentos não causem efeitos negativos ao meio ambiente, no final do processo industrial. A nova ETE ocupa uma área […]
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Sadia, Associada Categoria Benemérita do Instituto Akatu, inaugurou em outubro uma nova Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) em sua fábrica de Brasília, no Distrito Federal. O objetivo é garantir que os resíduos da produção dos alimentos não causem efeitos negativos ao meio ambiente, no final do processo industrial.

A nova ETE ocupa uma área de 11.420 m2 e permitirá o tratamento de 150 mil m3 de efluentes por mês, a mesma quantidade de efluentes produzida por uma cidade como Rio Claro (no interior paulista) ou Marabá (no Pará), com população de cerca de 180 mil habitantes. A Sadia já possui outras três ETEs, localizadas nas fábricas de Uberlândia (MG), Francisco Beltrão (PR) e Faxinal dos Guedes (SC).

A Estação permite a retirada de matéria orgânica, nitrogênio e fósforo dos resíduos da linha de produção da unidade e, no futuro, a empresa pretende reutilizar a água dos efluentes para lavagem, irrigação e reuso na fábrica. A Sadia investiu cerca de 3,5 milhões de reais para a construção da Estação que faz parte de um amplo Programa de Desenvolvimento Sustentável.

Segundo o professor Flavio Freire, pós-doutor em Hidráulica e Saneamento e professor adjunto do Centro de Tecnologia da Universidade Estadual de Maringá, o despejo de resíduos da indústria de alimentos sem o tratamento correto na natureza pode prejudicar seriamente lagos e rios, ameaçando os seres vivos que neles habitam. Ele explica que os efluentes que saem da indústria, carregados de material orgânico, nitrogênio e fósforo, quando depositados diretamente na água, aumentam a quantidade de nutrientes nela dissolvido, o que permite o crescimento excessivo de microrganismos aquáticos que acabam por consumir grande parte do oxigênio da água. “A diminuição do oxigênio dissolvido tem conseqüências drásticas para a flora e a fauna”, alerta o pesquisador. Assim, os animais e plantas que dele dependem para viver acabam morrendo e apenas os que sobrevivem sem oxigênio – anaeróbios – podem se desenvolver. Essa condição favorece o crescimento de algas que deixam a água turva e impedem a passagem da luz solar, o que piora ainda mais a qualidade do ecossistema. O resultado é um ambiente poluído onde os peixes e outros habitantes de rios e lagos não podem mais sobreviver.

A técnica utilizada na fábrica da Sadia em Brasília é a do tratamento biológico por lodos ativados. O processo começa no tanque que recebe o efluente industrial. A segunda fase é o envio do material para o processo físico-químico, onde ocorre a dosagem de produtos químicos para remoção de matéria suspensa e carga orgânica dissolvida. Após a remoção, o efluente vai para o tanque de aeração para passar pela última fase do processo, onde ocorre a retirada da carga orgânica e dos nutrientes através da ação de microrganismos. Por fim, o efluente é enviado a um tanque de decantação, que faz a separação física dos sólidos gerados no processo anterior.

Para o Professor Freire, a técnica adotada pela ETE é acertada para tratar dos resíduos de indústrias de alimentos. “Os sistemas de lodos ativados certamente ajudarão a resolver o problema”, confirma Freire. “São processos aeróbios muito efetivos no tratamento de efluentes das indústrias de alimentos, e sua viabilidade já foi comprovada”, explica.

Projetada para suportar a ampliação futura da fábrica, a ETE segue parâmetros internacionais de qualidade definidos pelo Banco Mundial, que são mais rígidos do que os nacionais. “A idéia é que a tecnologia empregada nesta planta seja utilizada como padrão nas novas instalações e adequações que a Sadia venha a fazer, no futuro”, completa Tatiane Freire, assessora de imprensa da Sadia.

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