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24.12.10 às 0:21

Pirarucu converte-se em bom negócio para reserva extrativista

Criatórios naturais produzem toneladas do peixe gigante, que deixou de ser ameaçado de extinção
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Comentário Akatu: Este modelo de Reserva de Desenvolvimento Sustentável é uma ótima idéia: além de impedir que importantes recursos naturais sejam exauridos, geram renda para as comunidades locais.

Pela primeira vez, Belém do Pará recebe cerca de nove toneladas de pirarucu (Arapaima gigas) originárias do sistema de manejo em criatórios naturais, sob a responsabilidade de comunidades que habitam a Reserva Extrativista de Mamirauá, com apoio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis do Amazonas. Trata-se de feito relevante no contexto da política de apoio às comunidades das reservas extrativistas e da exploração sustentável dos recursos da Amazônia.

De acordo com o Ibama, o manejo do pirarucu, autorizado pelo órgão em 15 lagos da reserva de Mamirauá, produziu 770 toneladas em quatro anos, gerando emprego e renda a dezenas de famílias na região. A produção de pirarucu em criadouro natural fortalece o uso sustentável dos recursos pesqueiros na região, com inclusão social em ações de parceria entre o Ibama e as comunidades amazônicas.

O pirarucu estava na lista das espécies ameaçadas de extinção até o ano de 2002. Mas graças a programas de reintrodução de alevinos, levados a cabo por produtores rurais juntamente com o Ibama, esse peixe não mais está ameaçado. Restrito às bacias Amazônica, Tocantins e Araguaia, nos territórios de Mato Grosso e Goiás, o pirarucu é um dos maiores peixes de água doce fluviais e lacustres do Brasil e um dos mais apreciados da gastronomia nortista.

É o peixe de maior valor econômico e alimentício da Amazônia. Pode atingir 2,5 m de comprimento e pesar mais de 80 kg. Deposita as ovas no fundo dos lagos ou no leito dos rios de águas calmas. O defeso (período de paralisação obrigatória da pesca) da espécie, que vai de dezembro a março de todo ano, e o manejo seletivo de pesca do pirarucu na reserva de Mamirauá têm levado à recomposição gradual da espécie na natureza.

A reserva, com uma área total de 1,1 milhão de hectares (quase metade do Estado de Sergipe), foi criada em 1990, como estação ecológica pelo governo do Estado do Amazonas. Em 1996, coincidindo com a conclusão do plano de manejo da reserva, ela foi transformada na categoria, então inédita, de Reserva de Desenvolvimento Sustentável, também pelo governo estadual. Seu objetivo é proteger as várzeas da confluência dos rios Solimões e Japurá, no coração do Estado do Amazonas, próximo à cidade de Tefé.

Quando da criação da reserva, as populações humanas, em vez de serem removidas, foram envolvidas num processo participativo que visa a melhorar o padrão de vida local mediante o manejo e a proteção da biodiversidade da área. As comunidades locais estão envolvidas nas atividades de pesquisa e participam do processo de tomada de decisões.

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