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24.12.10 às 4:51

MT é o 1º no ranking de libertação de escravos no país

Levantamento do Ministério do Trabalho revela que, em 2005, o Estado do Mato Grosso ultrapassou o Pará em termos de trabalhadores escravos libertados
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Comentário Akatu: A existência da escravidão é algo absolutamente ultrajante. Todo consumidor deve conhecer a história dos produtos que consome, para se certificar de que sua produção não envolve atividades injustas e irresponsáveis, como exploração de trabalho escravo, infantil ou devastação ambiental, por exemplo.

Mato Grosso é o Estado que registrou o maior índice de trabalho escravo no país, nos primeiros oito meses deste ano. Neste período, 1.026 pessoas em regime de escravidão foram libertadas de fazendas fiscalizadas pela Delegacia Regional do Trabalho. Com estes números o Estado passa à frente do Pará, que nos últimos anos vinha ocupando o primeiro lugar no ranking.

Oito fazendas passaram pela fiscalização, onde os proprietários foram obrigados a pagar R$ 1,5 milhão em indenizações trabalhistas. Nestas propriedades, apenas 382 trabalhadores tinham registro. A maioria das pessoas libertadas é do Nordeste, principalmente do Maranhão e Piauí. São trabalhadores com pouca qualificação profissional que vêm para Mato Grosso à procura de melhores condições de vida.

“A expansão agrícola no Estado tem atraído essas pessoas. Nas fazendas, elas trabalham como braçais na derrubada da mata e no preparo do solo”, explica Valdinei Antônio Arruda, presidente da Associação Mato-grossense dos Auditores Fiscais do Trabalho.

Os trabalhadores chegam em ônibus fretados por “atravessadores”, que sabem onde requisitar essa mão de obra e para onde levá-la. Muitos não têm dinheiro sequer para pagar a viagem.  Elas chegam a Mato Grosso devendo para o “atravessador”. A dívida normalmente é quitada pelo fazendeiro, com isso a pessoa começa a trabalhar devendo.

Este ano, numa das propriedades fiscalizadas, uma pessoa iniciou o trabalho devendo R$ 6,8 mil para o fazendeiro.  “Elas são obrigadas a comprar até as ferramentas de trabalho. A lona para o barraco, comida, roupa, e com o salário que recebem não conseguem quitar, sendo obrigadas a permanecer na propriedade”, explica Arruda.

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