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24.01.13 às 17:05

Material escolar: feiras de usados promovem consumo consciente

Como pais, alunos e professores se envolvem com práticas de doação e troca, economizam na conta e ainda contribuem para um futuro sustentável
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Janeiro é época de iniciar a compra do material escolar contido nas listas enviadas pelas escolas para o início do ano letivo. Pesquisar os melhores preços, fazer compras de grande volume em conjunto com os pais de outros alunos, reutilizar materiais do ano anterior, ou trocar materiais com os pais de outros alunos já são práticas comuns. Trocar, doar e passar para frente itens usados como livros, objetos de papelaria em bom estado e uniformes são soluções cada vez mais utilizadas para diminuir gastos. Ao mesmo tempo, essas atitudes também contribuem para reduzir o impacto ambiental negativo sobre os recursos naturais utilizados na fabricação de novos materiais a cada ano.

Algumas escolas têm facilitado o acesso a materiais usados, promovendo, por exemplo, feiras de livros. O Colégio Ítaca, em São Paulo, é um dos que promove feiras de livros, como conta a bibliotecária e idealizadora do projeto, Marta Regina Mingardi. “Ninguém gosta de jogar fora um livro, que é algo de tanto valor. O melhor é encaminhar para doação”, afirma.  O projeto, que recebe livros didáticos e paradidáticos e os disponibiliza gratuitamente na feira, é uma ideia que tem atraído cada vez mais a comunidade escolar. “A feira acontece paralelamente à venda de livros novos. Muitos pais passam primeiro na feira de trocas, para depois complementarem com itens novos o que ficou faltando da lista”, indica Marta Regina. Mães do colégio, como Daniella Sparvieri, aprovam a ação. “Se um livro não vai mais ser usado, não tem porque mantê-lo, em casa”, ressalta a mãe de dois alunos que, preocupada com o desperdício de materiais, também procura conservar o material da melhor maneira possível. “Eu conservo os livros, encapo, restauro. Um caderno que não terminou, por exemplo, podemos usar no ano seguinte”, ensina Daniela.

LIVRO LIVRE
Foto: Divulgação/Gracinha

Para Vilma Martins, da Organização dos Pais da Escola Nossa Senhora das Graças (conhecido como Gracinha) e coordenadora do projeto “Livro Livre”, “cuidado com os filhos não significa sempre dar algo novo. O cuidado passa pela preservação do que já temos”. A feira (foto) promovida na escola proporciona doação e troca de livros usados desde 2010 e, segundo sua coordenadora,” catalisa uma mudança na cultura da necessidade do novo”. Mãe de ex-alunos do colégio, Vilma conta que em 2012 foi feito um levantamento sobre a economia dos pais na compra de material didático após a adesão à feira. “Percebemos que os pais chegavam a economizar em média R$ 350,00 na compra de livros”, alerta.

Helio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu, reforça a importância desse tipo de ação das escolas e o envolvimento dos pais nas práticas mais conscientes de consumo. “Imagine que a cada ano, milhares de alunos compram materiais novos para as aulas, enquanto outros descartam ou acumulam itens que não têm mais uso, ou que ficaram esquecidos em casa. Promover a troca e doação destes materiais é uma solução por meio da qual todos são beneficiados: alguns têm as necessidades básicas de material escolar atendidas sem pesar no orçamento, enquanto que outros dão melhor destino para itens que poderiam ser desperdiçados, acumulados ou jogados fora sem necessidade”, ressalta Mattar.

Na Escola Stagium, em Diadema (SP), a recomendação sobre o reaproveitamento dos materiais é feita na circular. “Pedimos por escrito que os pais aproveitem o material e façam a reposição somente do necessário. Também trabalhamos a conscientização nas crianças, que são o canal para a mudança”, conta Greice Urtado Ilha, coordenadora pedagógica do colégio.

Incentivo que veio dos pais
No Colégio Franciscano Nossa Senhora Aparecida (também conhecido como Consa), as feiras de trocas de livros são realizadas desde 2008 e contam, em média, com a participação de mais de cem famílias por evento. A troca de livros já era realizada informalmente entre alguns pais antes da criação da feira. Como conta Ana Carlota Niero Pecorari, orientadora educacional e coordenadora de Segmento do Ensino Médio do Consa, a escola investiu na criação da feira para ajudar os pais e incentivar a prática de consumo consciente.

Para o Akatu, trocar, doar e compartilhar são formas de promover o consumo consciente e a sustentabilidade, além de contribuir para que pais, alunos e professores reflitam sobre o consumo, cidadania, desperdício, utilização de recursos naturais, lixo e meio ambiente.

Que tal saber se a escola do seu filho já tem esse tipo de iniciativa? E se não tiver, não seria uma boa oportunidade de propor uma?

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