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01.12.10 às 0:25

Lojas de serviços automotivos garantem destinação correta de resíduos poluentes

Projeto criado pela rede Caçula de Pneus informa ao consumidor o que é feito com pneus velhos, óleo usado e peças quebradas
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Desde março desde ano, a Caçula de Pneus, rede paulista de oficinas de prestação de serviços automotivos, está promovendo o que denominou de Selo de Destinação Ambientalmente Correto de Resíduos, o Sedac. “É uma garantia dada aos consumidores de que os resíduos descartados nas lojas que detêm o selo terão destinação ambientalmente correta”, explica Guilherme Lima, supervisor de marketing da Caçula de Pneus. Na prática, o consumidor deixa sob os cuidados da loja resíduos como pneus, baterias e peças dos sistemas de suspensão e freio. Na sua guia de serviço, o consumidor recebe o Sedac, declarando que a Caçula de Pneus garante que o resíduo será descartado sem agredir o meio ambiente.

Vários tipos de resíduos gerados nesse setor de serviços podem causar problemas ambientais se não tiverem a destinação correta. Os pneus, por exemplo, emitem gases tóxicos se forem queimados. Quando deixados ao ar livre em quintais ou terrenos baldios, a água da chuva se acumula em seu interior, servindo como criadouro ao mosquito da dengue. O óleo lubrificante e outros fluídos dos automóveis, que são poluentes, não devem ser descartados na rede de esgoto. As baterias também não podem ser destinadas ao lixo comum, pois têm componentes perigosos à saúde, como ácido e chumbo.

Dentro do programa do Sedac, cada tipo de resíduo tem uma destinação específica. As baterias são recolhidas pelos próprios fabricantes, conforme determina a lei. O óleo usado é encaminhado para empresas que o refinam, transformando-o em óleo próprio para uso novamente. Embalagens plásticas são destinadas à reciclagem. As peças metálicas de freio e de suspensão são encaminhadas para recicladores que os fundem, para que o metal seja reutilizado.

Os pneus são os resíduos mais recolhidos pelas oficinas da Caçula de Pneus — na Grande São Paulo, o total chega a 1,2 mil unidades por mês. Quando descartados de forma correta, os pneus são reciclados e viram mantas ou grânulos de borracha que podem ser aplicados em vários usos: cobertura de quadras ou áreas de lazer, tapetes para automóveis, solas de sapato e até como combustível em usinas de produção de cimento.

A iniciativa tem apoio da Associação Brasileira de Revendedores de Pneus (Abrapneus) e da Associação Nacional da Indústria de Pneus (Anip). “Estamos agindo em comum acordo para que o consumidor tenha o diferencial ambiental na hora de fazer sua escolha. Nosso apoio à iniciativa é no sentido de estendê-la a outros revendedores oficiais”, explica Márcio Costa, presidente da Abrapneus. Para Hilton Gonzaga, gerente da Anip, “as iniciativas que visam tirar o pneu do meio ambiente são sempre válidas diante da problemática ambiental que enfrentamos”.

Consumidor tem de participar
Guilherme Lima, da Caçula de Pneus, esclarece que o Sedac não é um selo certificador, mas de auto-declaração quanto aos processos de encaminhamento dos resíduos. Ou seja, é a própria empresa que garante os processos, sem que haja uma verificação independente feita por outra instituição. “O selo está dentro do projeto de responsabilidade socioambiental da Caçula de Pneus. Nosso objetivo é fazer com que o cliente identifique pontos em que possa descartar aqueles resíduos com a garantia da empresa de que eles terão a destinação ambientalmente correta”, explica. Lima conta que há planos de estender o Sedac a todo o setor de serviços automotivos. “A idéia é que mais lojas possam fazer uso do selo. Para isso, elas têm que demonstrar possuir modelos sustentáveis de gestão de resíduos para que possam se beneficiar desse reconhecimento”.

De acordo com Guilherme Lima, os consumidores que vão às lojas de serviços automotivos normalmente não se interessam em saber o que é feito dos pneus, das peças substituídas ou do óleo usado. “A adesão à iniciativa é grande, mas não é total. Nem todos os consumidores aceitam deixar seus pneus velhos na loja. No nosso dia-a-dia, precisamos educá-los nesse sentido. Alguns consumidores preferem levar os pneus velhos mesmo sem saber ao certo o que vão fazer com eles”, revela.

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