Comentário Akatu: O cultivo e a comercialização de produtos transgênicos devem ter suas conseqüências estudadas com extremo rigor. Os consumidores têm o direito de serem informados da presença de transgênicos nos produtos que compram, para poderem escolher com consciência.
O impacto das colheitas modificadas geneticamente sobre a vida silvestre pode durar mais de dois anos, segundo pesquisa foi realizada pelo Centro de Ecologia e Hidrologia para o Ministério de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais do Reino Unido.
No estudo, foi acompanhado o crescimento de plantas silvestres em terrenos utilizados para cultivar quatro tipos de colheitas modificadas geneticamente. O mesmo foi feito em outras áreas com cultivos tradicionais. As plantas silvestres são o alimento básico de muitas aves e insetos.
A avaliação demonstrou que, no campo utilizado previamente para o plantio da colza primavera transgênica, cresceram menos plantas silvestres que nos campos onde havia sido cultivado a colza de primavera tradicional. Nos campos nos quais foi cultivada a colza de inverno transgênica, cresceu o mesmo número de plantas, mas foram encontradas menos de folhas largas e mais de tipo herbáceo.
Nos terrenos previamente cultivados com beterraba açucareira transgênica, o crescimento de plantas silvestres foi menor no primeiro ano, embora este efeito tenha desaparecido no segundo.
Apenas no cultivo de milho se observou o crescimento de uma maior variedade de plantas silvestres no terreno cultivado com milho transgênico do que no de milho tradicional.
O estudo assegura que o efeito dos cultivos transgênicos sobre a vida silvestre são conseqüência dos herbicidas a que são submetidos, que são diferentes dos utilizados nos cultivos tradicionais. Clare Oxborrow, da organização ecológica Amigos da Terra, assegurou que, “embora só se cultive colza durante um curto período de tempo, o impacto negativo será sentido durante vários anos”.
“O efeito decorrente do cultivo em escala comercial desta planta modificada geneticamente pode ser devastador”, acrescentou. O resultado da pesquisa, no entanto, não deve surtir efeitos na legislação do governo britânico, que afirma ser preciso analisar cada caso separadamente.
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