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20.03.18 às 18:08

Finlândia é o país mais feliz do mundo, segundo relatório da ONU

O Brasil ficou na 28ª posição do ranking, caindo seis posições em relação à última pesquisa.

A Finlândia é o país mais feliz do mundo, segundo o Relatório Mundial de Felicidade 2018 – produzido pela Sustainable Development Solutions Network (SDSN) e encomendado pela ONU. Na escala de 0 a 10, o país ficou no topo do ranking com uma pontuação de 7,6. Na lista de 156 países, a Noruega ficou em segundo lugar, seguida da Dinamarca e da Islândia. A medição da felicidade foi realizada por meio de pesquisas de opinião das populações, entre 2015 e 2017.

O Brasil caiu seis posições em relação ao levantamento anterior e agora está em 28.º lugar, com 6,419 pontos. Trechos do documento citam que, no Brasil, a percepção de corrupção generalizada, os índices de violência e as dificuldades econômicas e contribuem para uma perda na satisfação da população em relação à própria qualidade de vida. O estudo cita, por exemplo, que para 36% dos brasileiros seus rendimentos são insuficientes para cobrir suas despesas.

Felicidade na América Latina

O país mais feliz da América Latina é a Costa Rica, que ocupa o 13° lugar, com uma nota de 7,072, superior a de países como os Estados Unidos (18 ° lugar). Em segundo lugar aparece o México (24° lugar) e, em terceiro, o Chile (25 ° lugar). As piores notas ficaram com Peru (65° lugar) e Honduras (72° lugar) e Venezuela (102° lugar). Este país, segundo o relatório, é um dos países que mais está caindo na tabela desde 2008, pela difícil situação política, social e econômica que enfrenta há alguns anos.

No relatório de 2018, também foi avaliada a felicidade dos imigrantes nos países de residência, a partir de uma tabela que inclui 117 países com dados de entre 2005 e 2017. Entre as nações com as maiores proporções de emigrantes potenciais na região estão Honduras (47%), El Salvador (42%) e Peru (33%), e na maioria dos casos, os destinos preferidos são os Estados Unidos, Espanha, Canadá, Argentina e Brasil.

RANKING DOS PAÍSES MAIS FELIZES
1- Finlândia
2- Noruega
3- Dinamarca
4- Islândia
5- Suíça
6- Holanda
7- Canadá
8- Nova Zelândia
9- Suécia
10- Austrália
28 – Brasil

PAÍSES MAIS TRISTES
147 – Malawi
148 – Haiti
149 – Libéria
150 – Síria
151 – Ruanda
152 – Iêmen
153 – Tanzânia
154 – Sudão do Sul
155 – República Centro-Africana
156 – Burundi

Em 2012, em reunião das Nações Unidas, a FIB entrou em pauta e serviu de inspiração para criar o Dia Internacional da Felicidade, para ser celebrado no dia 20 de março. A ONU pretende assim chamar atenção para a relevância da felicidade e do bem-estar como metas universais e inspirações para políticas públicas em todo o mundo.

Mas o que é felicidade? Na pesquisa Rumo à Sociedade do Bem-estar (http://bit.ly/Pesquisa2012), o Instituto Akatu também perguntou a vários consumidores o que eles consideram ser felicidade. A resposta, para dois terços dos entrevistados, foi estar saudável e/ou ter sua família saudável. Conviver bem com a família e os amigos também foi apontado com fator de felicidade para 60% do público que respondeu à pesquisa. Apenas três em cada 10 brasileiros indicaram a tranquilidade financeira em suas respostas.

Esses números mostram que grande parte da sociedade brasileira já compartilha a noção de que, uma vez satisfeitas as necessidades básicas, a busca da felicidade implica em tomar o caminho da sustentabilidade e não o do consumismo.

Por mais que a atual sociedade em que vivemos nos faça acreditar, por meio das propagandas e outras ferramentas, que somos felizes na medida em que compramos, o consumo exagerado traz altos custos sociais e ambientais. Hoje, a humanidade já consome 60% mais recursos naturais renováveis do que o planeta é capaz de regenerar. Isso acontece quando apenas 12% da população mundial, que vive na América do Norte e Europa Ocidental, representam 60% do consumo, enquanto os 33% que vivem no sul da Ásia e na África Subsaariana representam somente 3,2%  do consumo mundial, segundo a Worldwatch Institute.

Se todo o mundo consumisse como os habitantes mais ricos como a população de países desenvolvidos, como Estados Unidos, Austrália e Emirados Árabes, por exemplo, seriam necessários cerca de cinco planetas para suprir esse consumo. Isso significa excessos no uso de água, energia e nas produções agrícola e industrial; poluição de solo, ar e água; lixo, óleos diversos, esgotos domésticos e industriais jogados em mares, rios e oceanos. Mais: o excesso no consumo gera montanhas de computadores, teclados, monitores, telefones celulares, pilhas e baterias descartados.

Consumir é preciso, pois não há vida sem consumo. Mas é necessário consumir de uma forma diferente, de uma maneira mais consciente buscando melhores impactos, incluindo aqueles sobre nós mesmos. Um desses caminhos é o das experiências que valorizem as emoções, que trará uma satisfação mais durável do que o consumo de bens, dos quais deriva uma satisfação apenas momentânea. Experiências rendem lembranças e laços que duram por toda a vida. Se isso parece óbvio, é porque provavelmente você, leitor, já andou um bom caminho na direção de um estilo de vida mais sustentável e de um consumo mais consciente.

Imagem: Creative commons/Pixabay/Neildodhia

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