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04.12.10 às 8:14

Espécies campeãs de sobrevivência estão desaparecendo

Um terço das espécies de batráquios conhecidas pelo homem corre o risco de desaparecer por conta de mudanças em seu habitat
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Uma pesquisa recente, divulgada na revista BioScience revelou que as mudanças nas condições do planeta tem provocado a extinção de várias espécies de anfíbios. O estudo revelou que, entre as mudanças estão a perda do habitat, a poluição das águas causadas pelos pesticidas, infecções e maior exposição à luz ultravioleta. Conforme a pesquisa, 43% das espécies de anfíbios no planeta já estão em extinção e outros 32% estão sob ameaça.

As informações corroboram os dados de outro estudo publicado em julho de 2006, na revista Science, que havia apontado que, das 5.473 espécies de batráquios conhecidas pelo homem, um terço corre risco de desaparecer por conta das mudanças ambientais. Esse relatório diz também que 122 espécies de batráquios desapareceram desde 1980.

Os cientistas da Universidade Estadual do Oregon, nos EUA, responsáveis pelo estudo publicado na revista Bioscience calculam que, devido às atuais condições de poluição do mundo, a taxa de desaparecimento não só de anfíbios, mas também de outros animais e plantas, é a maior dos últimos 100 mil anos. A pesquisa diz que a extinção de espécies tem sido preocupante em países como latino-americanos – entre eles, o Brasil.

Os anfíbios, especialmente os batráquios (sapos, rãs e salamandras), de acordo com os especialistas, estão entre os animais que melhor se adaptam no planeta. Algumas espécies sobreviveram a várias catástrofes durante milhões de anos, viveram sob climas diferentes e continuaram se reproduzindo. No entanto, devido à rapidez com que as mudanças vêm ocorrendo no planeta, não estão conseguindo se adaptar.

A extinção de uma espécie, por mais insignificante que possa parecer, pode gerar um grave desequilíbrio no ecossistema de todo o planeta. Isso porque todas as espécies estão ligadas por meio da cadeia alimentar. No caso dos anfíbios, eles são predadores de vários insetos ou presas de outros predadores maiores. A diminuição de uma população pode provocar a superpopulação de outra espécie ou a diminuição de outra. Essa cadeia alimentar inclui direta ou indiretamente o homem, que pode ser afetado por qualquer desequilíbrio.

As condições dos anfíbios em extinção ilustram a insustentabilidade do padrão de produção e consumo adotado nos últimos anos pela humanidade. Em outras épocas, a água, habitat de parte dessas espécies, era pura e limpa. Atualmente, no entanto, o uso cada vez maior de adubos e pesticidas, bem como o despejo de resíduos e estrume em seu habitat (decorrente de atividades para atender ao consumo humano), têm aumentado a incidência de infecções por parasitas.

Todo consumo causa impacto que pode ser positivo ou negativo. Esse impacto afeta a natureza, as relações sociais, a economia e o próprio indivíduo. Dessa forma, o modo como o indivíduo consome e descarta os produtos que adquire também provocam impactos. Por exemplo, o descarte de pilhas ou materiais eletrônicos em um local inadequado com um rio, pode trazer a contaminação da água por metais pesados constituintes desses produtos. Dependendo do nível de contaminação, isso pode trazer como conseqüência a mortandade dos peixes, afetando o homem por conta da baixa oferta do alimento. Ou pior: o metal, que é acumulativo nos seres vivos, pode contaminar os peixes e ser transferido para o homem pela cadeia alimentar. Esses metais são passados de geração em geração e provocam doenças fatais como câncer. Dessa forma, é importante a reflexão sobre os próprios hábitos como uma maneira de reduzir a demanda pela exploração de recursos naturais, bem como a geração de lixo.

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