Como todos aprendemos nas aulas de história do ensino fundamental, a escravidão foi oficialmente abolida no Brasil em 13 de maio de 1888. Mas, 117 anos depois, em várias propriedades rurais de diversas regiões do país, ainda existem trabalhadores escravos, que têm seus documentos apreendidos, não recebem salário, vivem em péssimas condições de higiene e recebem castigos físicos, entre outros abusos.
Para entender melhor o panorama da escravidão no Brasil, é interessante consultar o cadastro de empregadores que, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, mantinham (em alguns casos, cerca de 300) pessoas em regime de trabalho forçado. Boa parte das empresas envolvidas é de fazendas localizadas no Estado do Pará, seguido do Maranhão. Rondônia, Tocantins, Bahia, Minas Gerais e até açucareiras do Rio de Janeiro estão listadas.
Com o objetivo de combater esta afronta aos direitos humanos, está sendo lançado, no dia 19 de maio, o Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo, iniciativa conjunta da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da ONG Repórter Brasil.
Os signatários do documento se comprometem a impor restrições comerciais às empresas que fizerem uso de trabalho escravo e a apoiar ações de reintegração desses trabalhadores, entre outros compromissos. Compromissos, aliás, que devem ser adotados não somente pelas empresas, mas também pelos consumidores, que têm um papel preponderante na transformação da sociedade.
É importante tentar conhecer o universo por trás da empresa que produz cada mercadoria (por exemplo, o cacau, o açúcar, a castanha-do-pará, a carne bovina etc.) que levamos para casa, para que possamos usar o nosso poder de escolha para punir quem lucra às custas do trabalho escravo. Uma maneira de ser um consumidor consciente e colaborar para erradicar a escravidão é comprar produtos que tenham um selo de Comércio Justo.
Para entender melhor como é a vida na escravidão, leia aqui um depoimento exclusivo de um ex-trabalhador escravo.
Se você quiser seguir o Akatu no twitter, clique aqui
