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03.12.10 às 15:00

Desperdício de alimentos no mundo assusta profissionais que visitam Akatu

Grupo do programa "Educação para o Trabalho", do Senac e do Instituto Pão de Açúcar, aprende sobre consumo consciente e conhece central de reciclagem
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Em visita ao Instituto Akatu, nesta terça-feira (07/03),  doze jovens que integram o programa “Educação para o Trabalho”, parceria do Senac com o Instituto Pão de Açúcar, ficaram surpresos ao saber que mais da metade dos alimentos produzidos no mundo vão para o lixo sem serem consumidos.

Os jovens moram, na sua maioria, em bairros de classe média baixa de São Paulo, como Guaianazes e Vila Formosa, e não têm vergonha de buscar o aproveitamento máximo da comida que entra nas suas casas.

Para Ana Cláudia, 18 anos, ainda há muito preconceito em relação a reaproveitar cascas de alimentos para receitas: “As pessoas acham que só precisam fazer isso se estão passando fome e acabam nunca descobrindo o quanto pode ser bom um bolo feito com cascas de banana, por exemplo”.

Segundo dados apresentados aos jovens por Malu Villela, do departamento de marketing e relacionamento do Akatu, enquanto se produz no mundo alimentos para sustentar 9 bilhões de habitantes, aproximadamente uma em cada sete pessoas passa fome.

Durante a exposição foram abordados temas como sustentabilidade, responsabilidade social, água, alimentos e resíduos, sempre no âmbito do consumo consciente.

Como foi mostrado na palestra, o desperdício é um dos grandes vilões dessa história: cerca de 20% dos alimentos se perdem ainda na colheita, 8% são desperdiçados no transporte e armazenamento, 15% na indústria, 1% no varejo e mais 20% nos ambientes domésticos.

Os jovens aprenderam que não é preciso ir muito além de casa para ajudar a mudar esse panorama de desperdício. Basta tentar aproveitar ao máximo os alimentos que consomem, fechar a torneira na hora de escovar os dentes, preferir produtos que utilizem embalagens mais econômicas ou com refil.

Outro assunto dentro do consumo consciente que monopolizou as discussões entre os jovens foi a geração do lixo, sua diminuição e reciclagem.

Felipe, 17 anos, morador da vila Formosa, disse que a família inteira se mobiliza para separar o lixo para a coleta seletiva.

Já Leandro, também de 17 anos, que mora em Guaianazes, diz não ter acesso à coleta seletiva. Sua família também separa o lixo, porém entrega os recicláveis para uma mulher que passa recolhendo no bairro para vender depois.

“O problema é que ela não recolhe embalagens tetra pak, porque diz que não consegue vender, então, nós acabamos jogando essas embalagens no lixo comum mesmo”, diz Leandro.

Após a palestra, o grupo fez uma visita ao centro de reciclagem do condomínio do edifício Conjunto Nacional, onde fica a sede do Instituto Akatu, que chega a produzir 4 toneladas de lixo orgânico por dia e 3 toneladas de lixo reciclável por semana.

O local para a separação do lixo reciclável visitado pelos alunos fica no segundo subsolo do edifício e faz parte do Programa Permanente de Coleta Seletiva do Conjunto Nacional, existente há cerca de 3 anos. Nele, trabalham 17 funcionários que, muitas vezes, vão até os estabelecimentos comerciais do Conjunto Nacional e recolhem o lixo várias vezes por dia.

Esses funcionários estão vinculados a uma cooperativa chamada Cooperaacs (Cooperativa de Arte Alternativa e Coleta Seletiva).

A cooperativa foi a responsável, inclusive, pelo enorme Dom Quixote e seu cavalo, escultura feita inteiramente de material reciclado e exposta na área central do Conjunto Nacional.

Além de ser um programa que beneficia os moradores do prédio e, indiretamente, toda a sociedade, o Programa Permanente de Coleta Seletiva é também um projeto social de inclusão já que muitos dos funcionários da cooperativa são ex-moradores de ruas e de albergues públicos.

A visita ao centro de coleta durou aproximadamente uma hora e, nela, os alunos foram apresentados às ferramentas usadas pelos funcionários para viabilizar a coleta e a compactação das embalagens recicláveis que, mais tarde, serão vendidas para a empresa que fará a reciclagem de fato.

A palestra e a visita dos alunos do Senac, em projeto conjunto com o Instituto Pão de Açúcar, foram mais um passo do Instituto na sua missão de conscientizar, sensibilizar e mobilizar para o consumo consciente.

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