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03.12.10 às 18:44

Calote maior. Pior para todos

Crescimento da inadimplência gera clima de desconfiança no mercado, o que acaba prejudicando todos os consumidores
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A inadimplência dos consumidores brasileiros subiu 1,2% nos primeiros três meses de 2007 em relação ao mesmo período no ano anterior. A medição é do Indicador Serasa de Inadimplência –  Pessoa Física, que também revelou que, em março, o índice aumentou 13,3% em relação ao mês anterior. O número de cheques devolvidos por falta de fundos subiu 19,7% de fevereiro para março deste ano.

Em números absolutos, foram devolvidos 23,1 cheques por mil compensados em março, ante 19,3 no mês anterior, conforme a Serasa. O número de cheques compensados no mês foi de 132,1 milhões. Desse total, mais de 3 milhões foram devolvidos duas vezes por falta de fundos. Os analistas da Serasa lembram, porém, que as comparações entre março e fevereiro são desfavoráveis, visto que março tem mais dias úteis que o mês anterior. O levantamento mostrou também que as dívidas em atraso com bancos continuam crescendo e respondem por 37,5% de toda a inadimplência. Segundo analistas, em boa parte, as dívidas acompanham o avanço do crédito para pessoas físicas, que aumentou 24,7% em doze meses até fevereiro e 3,7% no primeiro bimestre. Em segundo lugar em termos de inadimplência, aparecem as dívidas com cartões de crédito e financeiras, que representam 31,2% de toda a inadimplência, seguido pelos cheques sem fundos (28,7% de toda a inadimplência).

O crescimento da inadimplência gera um clima de desconfiança no mercado, o que torna mais difícil para os consumidores em geral comprarem a prazo. Para compensar um possível calote, os bancos, as agências de crédito e os comerciantes aumentam as taxas de juros dos pagamentos a prazo. Com juros maiores, todos acabam pagando mais do que pagariam se houvesse uma confiança maior por parte dos emprestadores.

Adotar o hábito de fazer um orçamento doméstico consciente é uma boa iniciativa para evitar a inadimplência. O orçamento consciente não inclui somente o dinheiro que entra e sai do caixa, mas também a reflexão sobre suas necessidades e a busca pela maximização dos impactos positivos dos atos de consumo sobre a sociedade e o meio ambiente. É sempre importante que o indivíduo, ao consumir, analise qual o fator que está decidindo a sua tomada de crédito: se o desejo, a vaidade ou a pressão de alguém ou se é realmente uma necessidade.

É altamente recomendável que toda a família participe do processo de elaboração de um orçamento consciente de modo a adquirir o hábito da reflexão sobre o uso do dinheiro e do crédito. Agindo dessa forma, o consumidor receberá como retorno o equilíbrio de suas contas, ao mesmo tempo em que a sociedade também se beneficiará de uma economia mais estável dentro de um clima de maior confiança, além de outros possíveis benefícios para o meio ambiente caso as escolhas de compra considerarem também este fator.

A série temática Consumo Consciente do Dinheiro e do Crédito, lançada pelo Instituto Akatu mostra ao consumidor como é possível atender aos interesses econômicos e objetivos individuais de cada um e, ao mesmo tempo, contribuir para a sustentabilidade da vida no planeta.

Com informações do Jornal Valor Econômico.

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