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27.02.15 às 17:04

Aumento na produção agrícola mundial não é sinônimo de fim da fome, afirma FAO

O mundo precisa de um novo modelo mais sustentável, inclusivo e resiliente, segundo o chefe da FAO, José Graziano da Silva

Plantação de chá no Quênia. Crédito: Creative commons/franz88

Comentário Akatu: Há comunidades e mercados que dependem da exploração dos recursos naturais. Sem controlar a maneira de utilizar esses recursos, não haverá a renovação sustentável dos mesmos, impactando negativamente nos meios de subsistência das pessoas, na dinâmica das economias que tiram seu sustento dos ecossistemas e até mesmo na segurança alimentar e nutricional de todo o planeta. Por isso, um investimento na gestão dos ecossistemas deve incluir também iniciativas que impeçam tais impactos de acontecer. É importante também que o consumidor, ao comprar um produto de origem florestal, por exemplo, tenha o conhecimento de que sua escolha de consumo, mesmo individualmente ou em pequenos grupos, provoca impactos significativos não só no meio ambiente, mas também nos indivíduos, na sociedade e na economia. E use seu consumo como instrumento transformador da realidade em uma direção crescentemente sustentável.

O modelo de produção agrícola predominante nos dias de hoje não é apropriado para responder aos desafios de segurança do século 21, disse o chefe da Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura (FAO), no último dia 20, em um Fórum Internacional na França. Para o brasileiro José Graziano da Silva, o mundo precisa de um novo modelo mais sustentável, inclusivo e resiliente.

O Fórum Internacional sobre Agricultura e Mudanças Climáticas reuniu, em Paris (França) ministros, cientistas, agricultores e membros da sociedade civil. Durante seu discurso, Graziano da Silva pediu uma mudança de paradigma e reforçou que o aumento de produção não significa o fim da forme, lembrando que 805 milhões de pessoas não têm acesso a alimentos de forma regular.

O chefe da FAO também citou que a mudança climática já não é mais uma ameça e sim uma “realidade que está diante dos nossos olhos”. Para ele as alterações do clima não afetam apenas a produção de alimento, mas também a disponibilidade e a estabilidade do seu fornecimento. “Em uma economia global, a mudança climática transforma o mercado global dos produtos agrícolas menos previsível e mais volátil”.

No Ano Internacional do Solo, Graziano da Silva também reforçou o papel de solos saudáveis na conservação da biodiversidade e no ciclo do carbono. Para a sua preservação, a agricultura inteligente, adaptada às mudanças climáticas, é um dos enfoques inovadores, possibilitando que os cultivos se ajustem melhor as pressões do meio ambiente e, por outro lado, diminuindo o seu próprio impacto na biodiversidade.

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