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18.07.17 às 15:48

Aquecimento global está forçando a migração de peixes

Peixes estão abandonando as áreas tropicais em busca de águas mais frias, alertam os especialistas

As mudanças climáticas já estão sendo percebidas pelos peixes, alertam os especialistas. “Eles já estão se movimentando”, disse Daniel Pauly, pesquisador da organização de pesquisa Sea Around Us.

As espécies marinhas se afastando cerca de 50 quilômetros das águas mornas da linha do Equador por década, pois buscam a temperatura ideal para alimentar-se e reproduzir-se, segundo o especialista, em entrevista ao The Guardian. “Em áreas temperadas, você terá um peixe vindo de uma área mais quente e um outro peixe que está saindo. Haverá uma adaptação, do ponto de vista da pesca. Mas nos trópicos não haverá essa reposição, pois só teremos peixes saindo de lá.”

Pode não parecer, mas a emigração de peixes das áreas tropicais tem a ver com o cotidiano de todos nós. O combate ao aquecimento global passa por uma mudança de comportamento da população. Além de cobrar governos e empresas a cumprirem as metas de emissões definidas no Acordo de Paris, o consumidor pode contribuir com pequenas atitudes que fazem uma grande diferença quando adotadas por um grupo de pessoas por um período de tempo. Veja a seguir uma lista com sugestões:

Você sabia que a agropecuária é uma das maiores fontes de emissão de gases de efeito estufa (GEE) no Brasil? Evite o desperdício de alimentos em sua casa com ações simples, como planejar as compras, não comprar em excesso e reaproveitar as sobras.

O lixo orgânico emite gás metano (gás de efeito estufa mais poderoso que o CO2) durante sua decomposição. Mais uma razão para aproveitar ao máximo os alimentos, incluindo talos, folhas e cascas.

  • Reduza o consumo de carnes vermelhas. Todo o processo de produção de carne emite muitos gases de efeito estufa (GEE) – por exemplo, o gado, em sua digestão, emite metano, que é um GEE. Repense sua alimentação: não é preciso cortar totalmente a carne, mas procure substitui-la, quando possível, por outras fontes de proteína, como grãos.
  • Conheça a origem do produto que você consome e divulgue a seus amigos e familiares os produtos que você identificar como sendo produzidos de forma mais sustentável, como produtos de limpeza e higiene, móveis e eletroeletrônicos.
  • A destruição das matas nativas é uma das maiores fontes de emissão de GEE no Brasil. E a maior parte de toda madeira extraída ilegalmente é vendida no próprio mercado brasileiro. Compre apenas produtos e materiais de construção feitos com madeira certificada: aqueles que têm o selo FSC, ou o de madeira de reflorestamento.
  • Evite o uso do transporte privado individual sempre que possível. Prefira o transporte público, a bicicleta ou uma caminhada, pelo menos em alguns trechos. E se realmente precisar sair de carro, use álcool ao invés de gasolina. Outra dica é compartilhar caronas.
  • Economize energia elétrica, principalmente nos períodos secos, quando é necessário acionar as usinas termoelétricas, que emitem mais GEE.
  • Reflita antes de fazer uma compra: você precisa mesmo disso? A fabricação dos produtos envolve extração e processamento de matéria-prima, uso de água e de energia na produção, além do gasto de combustível no transporte da mercadoria. Todos esses processos causam a emissão de GEE.
  • Destine para a reciclagem materiais como papel, vidro, plástico e alumínio, que poderão ser reutilizados como matéria-prima de novos produtos.

Outras ameaças aos peixes

Além do aquecimento global, há outras ameaças aos peixes como a poluição, a pesca predatória ou a acidificação dos oceanos. Mas, segundo Pauly, não é possível separar um fator de outro. “Nós nunca saberíamos com certeza por que um colapso [com os peixes] ocorreu, exceto em alguns casos.”

A criação de mais reservas marinhas é a única saída dos governos para mitigar os danos, pois aumentaria o número de peixes, na visão de Pauly. Ele explica que a população cresce quando não há pesca e, com isso, há mais chance de haver uma evolução natural dos peixes, com maior tolerância a temperaturas mais altas.

A professora Jessica Meeuwing, do laboratório marinho da Universidade do Oeste da Austrália, observa que ter apenas épocas de resguardo da pesca não é o suficiente. Segundo ela, como uma quantidade grande de peixes é pescada nas épocas liberadas, há um drástico desbalanço, motivo pelo qual as proteções parciais não são inadequadas. “Quando você diz que há um parque marinho, na verdade deveria ser protegido. Mas o parque da Grande Barreira de Corais tem 67% de sua área aberta à pesca”, exemplifica Jessica ao The Guardian. “Dá uma falsa impressão de segurança porque a gente pensa que há uma proteção que não existe.”

O consumidor também tem um papel importante na proteção dos peixes. Primeiramente, é bom se informar sobre as espécies que estão ameaçadas e evitar o seu consumo.

Imagem: Getty Images

Veja aqui a Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção – Peixes e Invertebrados Aquáticos, do Ministério do Meio Ambiente

Confira também o Guia de Consumo Responsável de Pescados da Unimonte

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