A mais promissora área da indústria de bebidas representa uma ameaça para o meio ambiente e para as mais de um bilhão de pessoas que não têm acesso adequado à água. De acordo com dados divulgados nesta quarta-feira, dia 9 de maio, pelo WorldWatch Institute (WWI), a indústria de água mineral é a que mais cresce no mundo, colocando em risco as nascentes e as reservas aquáticas subterrâneas. Além disso o processamento e o transporte da água mineral exigem volumes significativos de energia. Para finalizar, milhões de toneladas de polietileno tereftalato (PET) são utilizadas para fabricar as garrafas que embalam o líquido, sendo que a grande maioria delas não é encaminhada para reciclagem.
Pelos cálculos do WWI, anualmente, cerca de dois milhões de toneladas de garrafa PET vão parar nos aterros sanitários dos Estados Unidos, aumentando o volume do lixo, impermeabilizando o solo e dificultando a decomposição de outros resíduos.
A International Bottled Water Association (Associação Internacionao de Água Engarrafada) informou que, em 2005, o Brasil se tornou o quarto maior consumidor mundial de água mineral, tendo superado Itália, Alemanha e França (veja tabela abaixo).
Entre 2000 e 2005, a demanda brasileira por água engarrafada cresceu praticamente 80% e o consumo per capita aumentou 68% nesse mesmo período. Nossa situação só não é tão grave como a de outros países porque em termos de reciclagem estamos um pouco melhor do que a média. Nos Estados Unidos, o grau de reciclagem das garrafas PET está decaindo. Chegou a 23,1% em 2005, depois de ter atingido um percentual de 39,7% em 1997.
No Brasil, ao contrário, quase a metade das garrafas PET são encaminhadas para a reciclagem. Em 2005, 47% delas foram reprocessadas, segundo dados do Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre). Por outro lado, sabemos que no Brasil, as garrafas que não seguem para reciclagem quase nunca vão para aterros sanitários. Acabam em lixões, terrenos baldios, praias e rios, como é fácil constatar.
O consumidor consciente pode ajudar a resolver o problema simplesmente instalando um filtro em sua casa e deixando de lado a água mineral. Assim, ele vai reduzir a pressão exploratória sobre as nascentes de água, economizar a energia que é gasta no processamento e no transporte da água engarrafada, e diminuir a demanda por garrafas PET. A sociedade, o meio ambiente e o seu bolso agradecem, já que a água mineral custa entre 20 e 10 mil vezes mais do que a água corrente da torneira.
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