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21.12.11 às 17:49

Pimentão, morango, pepino e alface são os mais contaminados

Anvisa analisou 18 alimentos: até 92% das amostras estavam contaminadas – só a batata não registrou contaminação
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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) analisou 18 vegetais produzidos no Brasil e encontrou contaminação por agrotóxicos em 17. Em quatro deles mais da metade das amostras estavam contaminadas: pimentão,  com 92% de reprovação para consumo; morango, com 63%; pepino, com 57%, e a alface, com 52%.

Segundo as análises, as amostras reprovadas continham concentrações de produtos químicos acima do limite aceitável ou vestígios de pesticidas indicados para outras lavouras – um agrotóxico recomendado para o cultivo de eucalipto, por exemplo, usado numa lavoura de tomate.

Os dados estão no relatório do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para), divulgado na terça-feira (6/12). O levantamento, realizado ao longo de 2010, analisou amostras de alimentos em todos os Estados e no Distrito Federal, exceto São Paulo, que, segundo a Anvisa, não quis participar da avaliação voluntária.

Em 35% das amostras, o teor de agrotóxicos respeitava os limites sanitários, e 37% não apresentavam resíduos de venenos agrícolas. A batata alcançou os  melhores resultados, com 100% das amostras analisadas consideradas satisfatórias. Em 2002, primeiro ano de monitoramento do programa, 22% das amostras de batata coletadas apresentavam irregularidades.

Nos relatórios de 2010 e 2009, o pimentão também aparecia como o alimento mais contaminado com pesticidas. No ano passado, o ranking dos vegetais problemáticos trazia, em seguida, uva, pepino e morango.

Veja o ranking de 2011 dos vegetais mais contaminados, segundo a Anvisa:

Segundo José Agenor Álvares da Silva, diretor da Anvisa, o problema de resíduos químicos em alimentos pode estar relacionado ao custo dos agrotóxicos. Os produtores, diz ele, optam por produtos mais baratos, mas muitas vezes inadequados para um determinado cultivo.

De acordo com Heloisa Pacheco, coordenadora do Ambulatório de Toxicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a ingestão de comida com excesso de agrotóxicos de forma prolongada pelos consumidores pode causar diversos tipos de câncer, tumores no cérebro, doenças vasculares encefálicas, distúrbios de sono, diabetes, obesidade e malformação fetal.

“Os produtos químicos contidos nos agrotóxicos tem capacidade de lesar células benéficas ao organismo humano também quando inalado ou colocado em contato com a pele”, explica a oncologista Sílvia Brandalise, coordenadora do Serviço de Referência em Triagem Natal da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

“A única forma de eliminar totalmente os agrotóxicos é consumir produtos certificados como orgânicos”, afirmou Helio Mattar, Diretor Presidente do Akatu. “Muitas vezes, os consumidores rejeitam o consumo dos orgânicos por serem um pouco mais caros. As análises da Anvisa mostram que o preço maior será pago de qualquer forma, seja ao pagar um preço maior pelo alimento orgânico, seja ao pagar por médicos e remédios na busca de cura das doenças que poderão aparecer a longo prazo, e que poderiam ter sido evitadas – um preço alto demais quando comparado ao dos produtos orgânicos!!!”, ressaltou Mattar.

Para ler o relatório completo da Anvisa, clique aqui.

 

Leia também:
-Veja como diminuir resíduos de agrotóxicos nos alimentos

 

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