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16.04.15 às 10:49

Mais da metade dos brasileiros está com sobrepeso

Pesquisa Vigitel 2014, do Ministério da Saúde, revela aumento de peso da população brasileira

Crédito da foto: Creative Commons/Jodi Green

Mais da metade da população no Brasil enfrenta problemas com a balança. Em 2014, 52,5% dos brasileiros estavam acima do peso ideal. A porcentagem representa um aumento de 23% em relação a nove anos atrás.

Os números foram divulgados hoje (15/04) pela pesquisa Vigitel 2014 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), elaborada pelo Ministério da Saúde.

Dos quase 41 mil entrevistados por telefone, os homens aparecem com índice de sobrepeso um pouco acima das mulheres (56,5% eles, 49,1% elas). Já o ganho de calorias extras é maior nas pessoas da chamada meia-idade, ou seja, entre 35 e 64 anos.

Outro fator que a pesquisa apontou é que a escolaridade influencia no peso. Os brasileiros que passaram menos tempo na sala de aula (entre 0 a 8 anos) são os que enfrentam maior dificuldade para emagrecer.

O Vigitel 2014 mostra que o aumento de peso da população brasileira tem sido crescente desde 2006. Porto Velho, Fortaleza e Manaus são as capitais com os índices mais altos de sobrepeso entre seus moradores (56%), enquanto São Luís possui o mais baixo (46%).

A pesquisa do Ministério da Saúde indica, entretanto, que o índice de obesidade se manteve estável. No ano passado, a porcentagem era de 17,9%, enquanto que em 2013 foi de 17,5%. Todavia, em 2011, este número era de 11,9%. Vale explicar que o termo sobrepeso se refere ao indivíduo que está com alguns quilos a mais, enquanto obesidade é uma condição caracterizada pelo excesso de gordura corporal, que muitas vezes torna-se crônica.

Na comparação com outros países, o Brasil tem indicadores de sobrepeso superiores a demais emergentes como China (25%) e Índia (11%). O aumento de peso é uma tendência global. Segundo estudo publicado no ano passado pelo Instituto de Métrica e Avaliação para a Saúde (IHME) da Universidade de Washington, 30% da população mundial está pesando mais do que deveria – cerca de 2,1 bilhões de pessoas.

Sedentarismo e escolhas ruins na hora de fazer o prato – a substituições de refeições balanceadas por lanches, por exemplo – são os principais fatores responsáveis pelos quilos a mais na balança e acabam desencadeando males crônicos, como hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares e câncer.

Apesar de mais gordinhos, os brasileiros afirmaram que estão se exercitando mais. Houve crescimento de 18% nos últimos seis anos do percentual de pessoas que praticam atividade física. 35,3% dos entrevistados disseram dedicar pelo menos 150 minutos (duas horas e meia) do seu tempo livre na semana com exercícios, exatamente o que é recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). São Paulo é a cidade do país onde menos pessoas afirmaram cuidar do corpo (30%).

Um maior cuidado dos brasileiros com a alimentação também foi retratado pelo Vigitel 2014, principalmente ao comer mais frutas e hortaliças. Mas o consumo médio de sal no Brasil (12g/dia) ainda é altíssimo: duas vezes maior que o recomentado pela OMS. A meta do governo brasileiro é reduzir para 5g/dia até 2022.

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