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16.12.15 às 16:00

Acordo climático: limite de 1,5°C na temperatura pode reduzir riscos do nível do mar em 40%

Segundo análise da ONG Climate Central, o impacto do nível do mar seria diminuído pela metade ou mais em cidades como Recife, Santos e Fortaleza

Comentário Akatu: A taxa de aumento da temperatura vem crescendo nos últimos anos. A crescente concentração de dióxido de carbono na atmosfera é a principal responsável por essa tendência, sinalizando a relação de interdependência ao longo da história entre a ação humana e o impacto sobre os ecossistemas e o comportamento climático. Não é somente a poluição industrial que gera esse tipo de alteração climática: desmatamento, exploração pecuária em larga escala, utilização de meios de transportes movidos a combustíveis fósseis e energias geradas de forma poluente também entram nessa lista. Se os consumidores são parte da origem do problema, também são parte de sua solução. Por meio de mudanças em suas práticas cotidianas, os consumidores se percebem como cidadãos e se empoderam, forçando as empresas a produzirem de forma mais limpa. Este novo comportamento e esta nova consciência são primordiais para reduzir o aquecimento global e suas consequências ruins ao clima do planeta.

Se as nações aumentarem seus compromissos usando os ciclos de cinco anos previstos no Acordo de Paris e tiverem sucesso em limitar o aquecimento a 2°C, a quantidade de terra que será invadida pelo mar no Brasil poderia diminuir, segundo estudo da organização sem fins lucrativos Climate Central.
E se a comunidade mundial limitar o aquecimento a longo prazo a 1,5° C, esse número poderia cair novamente em mais de 40%, o que corresponde a uma projeção mediana do nível do mar abaixo de 3 metros no longo prazo global.

A preocupação com os impactos causados pelo aumento do nível do mar ajudou a impulsionar uma inesperada ambição no acordo climático fechado em Paris, o qual colocou como meta limitar o aquecimento global a 1,5 °C.  De acordo com um relatório e mapas publicados pelo grupo de pesquisa Climate Central, decorrentes de um estudo científico recente, as consequências de longo prazo para o Brasil são muito diferentes dependendo do aumento de temperatura almejado.

“A diferença do nível do mar entre 2° C e 1,5° C é fundamental para as principais cidades e nações ao redor do mundo, além dos pequenos Estados insulares”, alertou Benjamin Strauss, cientista da Climate Central e principal autor do relatório e do paper relacionados a estas conclusoes. “A ambição do acordo de Paris parece refletir essa compreensão.”

As emissões de carbono correspondente ao aumento de temperatura de 3° C podem elevar o nível global do mar em mais de 6 metros, o suficiente para submergir áreas onde vivem hoje cerca de 12 milhões de pessoas no Brasil, de acordo com a análise da ONG. Esse aumento, em grande parte irreversível, aconteceria ao longo dos séculos. Limitar o aquecimento a 1,5°C, em oposição a 2°C, poderia reduzir os impactos do nível do mar a longo prazo pela metade ou mais para Recife, Santos, Fortaleza e muitas outras áreas urbanas.

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